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Mostrando postagens de abril, 2018

Croniquetas #1 - Cultura e Antipolítica

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Croniquetas #1 Cultura e Antipolítica Os senhores já perceberem que ao consumir muita cultura o interesse por política arrefece? Mário Ferreira dos Santos dizia que toda grande época cultural era período de decadência política. Atualmente venho percebido que o meu desinteresse em política aumenta proporcionalmente a cultura que consumo. Lembro-me que, em carga comparativa, consumia assiduamente muito conteúdo político há dois ou três anos atrás. Atualmente tenho lido GK Chesterton, Dostoiévski, (Coletânea de Poesia Grega e Romana que não lembro o nome), Paulo Leminski (li Castro Alves, Machado de Assis, Cruz e Sousa, Vinicius de Morais e Olavo Bilac) e leio dois mangás (um pelo celular e o outro em mídia física). Há, ao todo, um movimento em busca de boa cultura e um desinteresse proporcional em política. E a cada dia mais eu me desinteresso em utilizar meu vigor intelectual em jornais ou artigos. Não leio quase nenhuma novidade e sofro duma alienação terrível (mas consent...

Texto Experimental 2/10 - Havia um Gato Morto no Meio do Caminho - Alternâncias de Realidade

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Texto Experimental 2/10 Havia um Gato Morto no Meio do Caminho - Alternâncias de Realidade Eu passeava tranquilamente com meu cachorro pela praça, parei e vi um gato morto no meio do caminho. Assustei-me e olhei-o fixamente. O tempo transcorreu, cinco, dez ou quinze minutos. Fui embora e mantive o gato morto na minha mente. O gato morto virou minha flor da obsessão. Eu era um gato que andava pelo meio da floresta. Vi um humano morto deitado no chão. Parei, olhei o humano fixamente e fiquei a lamber meu pelo tediosamente. Alonguei-me, enrolei-me e botei-me a dormir perto do humano morto que estava num dormir perene. Havia um gato morto no meio do caminho. Eu era um homem morto no meio do caminho. Eu andava com meu cachorro morto no meio do caminho. Eu era uma rua morta no meio do caminho. Havia uma rua meio morta no meio do caminho morto. Eu era rua morta no meio do caminho que partia pro abismo. Eu era a morte que morre no caminho morto. Nos dias posteriores, o gato morto ain...

Sobre Lula, sobre o PT, sobre a Direita, a Esquerda e o Brasil

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Sobre Lula, sobre o PT, sobre a Direita, a Esquerda e o Brasil  Escrevo esse artigo breve rapidamente para demonstrar que o Brasil seguirá, por bem (pela verdade) ou por mal (pela força), o caminho do meio. Nessa análise, o caminho do meio pode ser conseguido pela harmonia de ideais opostos colocados harmoniosamente ou pela imposição de um campo ideacional sobre o outro. Enfim, como diria meu bom amigo João: "é a dialética, kids". 1. É característico do desenvolvimento a substituição da força (imposição coletiva) pelo exercício da razão (objetividade e unitarismo), por conseguinte, padrões objetivos e universais. Isto porquê, no desenvolver da civilização, a racionalidade implica a compreensão de fatores múltiplos que levam a uma universalidade sadia e ecumênica: a própria ideia/noção de conflito levará a discussão em direção a uma centralidade em que todos os lados saiam devidamente satisfeitos (síntese). A. A objetividade (ou universalidade) nada mais é que um fusioni...

Texto Experimental 1/10 - Garota X - Realidade e Ficção

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Texto Experimental 1/10 Garota X - Realidade e Ficção Olho pro Rio Tietê, estou sentado e com uma corda no pescoço. Um piano solenemente toca em minha mente, é "Clair de Lune". Meus olhos lacrimosos olham para um abismo imaginário, um abismo que reside em meu coração. Um abismo que macula e destrói. Um abismo que pesa na minha alma e desestrutura todo meu ser. Penso em pular, pôr meu ser para se acabar. Percebo que aquele abismo, o abismo imaginativamente vejo, esteve a meu lado há muito tempo. É como se fosse um fiel amigo que partilhou de meus momentos mais íntimos, um familiar que comigo morou e cresceu. O abismo é a escuridão que bateu consubstancialmente ao meu coração em todos esses anos agônicos. Minha fiel penumbra! Enganei-me, tu não me acompanhas, querido abismo, és inteiramente parte de mim! Nego-te, mas é todo meu! E quando meu coração parar com esse maldito bater contínuo, serei igualmente todo seu, querido abismo. De repente, sinto alguém me abraçar forte ...