Sobre Lula, sobre o PT, sobre a Direita, a Esquerda e o Brasil

Sobre Lula, sobre o PT, sobre a Direita, a Esquerda e o Brasil 


Escrevo esse artigo breve rapidamente para demonstrar que o Brasil seguirá, por bem (pela verdade) ou por mal (pela força), o caminho do meio. Nessa análise, o caminho do meio pode ser conseguido pela harmonia de ideais opostos colocados harmoniosamente ou pela imposição de um campo ideacional sobre o outro. Enfim, como diria meu bom amigo João: "é a dialética, kids".

1. É característico do desenvolvimento a substituição da força (imposição coletiva) pelo exercício da razão (objetividade e unitarismo), por conseguinte, padrões objetivos e universais. Isto porquê, no desenvolver da civilização, a racionalidade implica a compreensão de fatores múltiplos que levam a uma universalidade sadia e ecumênica: a própria ideia/noção de conflito levará a discussão em direção a uma centralidade em que todos os lados saiam devidamente satisfeitos (síntese).
A. A objetividade (ou universalidade) nada mais é que um fusionismo intelectual abrangente (síntese).
B. A universalidade é um pré-requisito intelectual: é a capacidade de pegar fatores dispersos e construir uma argumentação poderosamente lógica e que possua o menor nível de aporia (duvidosa ou refutável).
C. Só se é possível construir uma argumentação poderosamente lógica quando há um incessante movimento entre a tese e a antítese, conquanto que, é claro, tal movimentação produza uma síntese cabível e irrefutável (ou seja: a própria verdade).
D. Quando a argumentação se torna objeto de um conflito entre grupos e não um debate baseado na irrefutabilidade: a sentimentalidade duma entidade coletiva ligada por laços cordiais toma o lugar do debate amistoso e intelectual. Tudo se torna uma mera questão de demonstração de força (qual coletividade poderá mais se impor sobre a outra).

2. Egoisticamente o barbarismo cultural levar-nos-á a incompreensão mútua. Quando vemos o subjetivismo imperante igualmente vemos a descapacitação de uma civilização e a fragmentação grupal. Explanando mais: ao invés duma conclusão abrangente, vemos a ruptura do diálogo e um confrontamento através da imposição (força).
A. A cordialidade grupal ao invés do debate intelectual é um problema, embora essa mesma cordialidade grupal tenha sido usada como metodologia de alcance de poder nos últimos anos.
B. Criou-se, através dessa metodologia duvidosa, uma mentalidade maniqueísta em que dois grupos extremamente opostos sempre estão a se chocar.
C. Isso tudo terminará sempre numa ruptura e não numa síntese pois a relação de choque não é intelectual e sim sentimental.
D. Esse método levará sempre a fragmentação e sentimentalização dos anseios coletivos produzindo interminavelmente uma luta irracional em que não poderá nunca haver paz.
E. A irracionalidade continuará a se acentuar: a própria ideia maquiavélica (choques de coletividades) como propulsão de força política terminará em choques fragmentados (lutas de coletividades) que continuarão interminavelmente pois creem maquiavelicamente que uma síntese (união de ideais num unitarismo) é impossível.

3. Se o debate localize-se numa mera proporcionalidade majoritária: ele não é um debate e sim uma luta em que as forças opostas ficam a se chocar.
A. Vemos a argumentação maquiavélica assumir suas roupagens coletivas infinitamente sobre novas fragmentações.
B. Será impossível criar um caminho sem a busca por um unitarismo (síntese) dos diversos anseios coletivos.
C. A própria ordem que era o anseio inicial verificar-se-á inalcançável.

4. A própria ideia de ignorar a objetividade (síntese) e traduzir tudo num subjetivismo grupal (tese vs antítese) conduzir-nos-á a uma fragmentação que, com o tempo, decairá sempre numa guerra por paixões e não num debate pela verdade.
A. O relativismo é sempre condutor de outros relativismos (separatismo territorial, milícias ideológicas, patrulha, censuras, etc.)
B. A própria ideia de guerra maquiavélica entre coletividades levará a luta e domínio duma coletividade sobre outra levando assim a homogeneidade.
C. O objetivo inicial descumprir-se-á tragicamente.

5. O Brasil torna-se um reduto de animalescos que lutam contra a capacidade de união nacional. Isso porquê são incapazes de lutarem com argumentos opostos aos seus e preferem aceitar determinantemente uma conclusão com um grupo que tenha a sua afinidade sentimental.
A. Destruímos a natureza intelectual do debate por justiça.
B. A própria ideia de coletividade cordial ao invés de debate pela verdade acabará levando a descredibilização da coletividade maquiavélica e de seus ideais por outras coletividades sentimentais.

Conclusão:

A estratégia de poder por coletividades maquiavélicas ligadas cordialmente acabará com todos os princípios dessas mesmas coletividades.
A. O anseio de demonstrar a heterogeneidade através duma visão maquiavélica (oposicionismo irredutível) de coletividades leva a luta irracional (imposição de força) e a imposição de um grupo sobre o outro. Essa imposição duma coletividade sobre outra acabará em homogenização.
B. A ideia de coletivização maquiavélica levará a uma outra ideia de coletivização maquiavélica oposta. Se o lado "A" afirma que o lado "B" é demoníaco, o mesmo se repete no lado "B" que afirma que o lado "A" é demoníaco. Isso gerará uma fragmentação e uma impossibilidade de diálogo (logo: a própria ausência de lógica e imposição de força).
C. Só a imposição de força de um lado (o que tiver mais poder de centralizar coletividades) poderá resolver os problemas nacionais (anunciação de uma ditadura e, por conseguinte, duma uniformização).

O Brasil está preparado para trilhar o caminho do meio pacificamente (através da razão e da busca pela verdade através da metodologia dialógica-dialética) ou está preparado para trilhar o caminho do meio da marra (imposição duma coletividade/coletividades sobre outra coletividade/coletividades)?

Se todos os caminhos levam a Roma, todos os caminhos múltiplos levam unidirecionalmente a dialética.

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